Deputados do PSB de Pernambuco sob pressão após apoio à PEC da Vergonha
A aprovação da chamada PEC da Blindagem — apelidada por opositores de PEC da Vergonha ou até PEC da Bandidagem — continua provocando grande repercussão em Pernambuco, sobretudo pelos votos de parlamentares ligados ao PSB, partido que historicamente se apresenta no campo progressista. O texto, que restringe investigações contra deputados, senadores e presidentes de partidos suspeitos de crimes, foi aprovado na Câmara dos Deputados com ampla maioria: 353 votos a favor e 134 contra no primeiro turno, e 344 a favor e 133 contra no segundo turno.
Entre os nomes que mais chamaram atenção estão os dos deputados Pedro Campos, Felipe Carreras, Guilherme Uchoa Júnior, Lucas Ramos e Eriberto Medeiros, todos do PSB pernambucano. A decisão de apoiar a medida abriu uma onda de críticas, já que contrasta com o discurso histórico do partido de defesa da democracia, da transparência e da ética pública.
No caso de Pedro Campos, eleito com forte votação no Sertão do Pajeú e irmão do prefeito do Recife, João Campos (presidente nacional do PSB), as reações foram particularmente intensas. Em suas redes sociais, muitos eleitores expressaram frustração: “Perdeu meu voto votando SIM à PEC da Blindagem” e “Foi o voto que mais me decepcionou” foram alguns dos comentários registrados.
As críticas, no entanto, não se restringiram a ele. Felipe Carreras, com base consolidada no Recife, Guilherme Uchoa Júnior, ligado à Zona da Mata, além de Lucas Ramos e Eriberto Medeiros, ambos com trajetórias de destaque na política pernambucana, também foram alvos de cobranças de seus eleitores. Para movimentos sociais e analistas, o apoio coletivo de parlamentares socialistas à proposta levanta dúvidas sobre os rumos do partido no Congresso.
Enquanto votos de deputados de centro e direita já eram esperados, a posição do PSB surpreendeu e gerou questionamentos: estaria a legenda se distanciando de suas bases históricas em nome de acordos internos e pragmatismo político?
Os únicos deputados federais pernambucanos que votaram contra a PEC da Vergonha foram Túlio Gadêlha (Rede), Maria Arraes (SD), Clodoaldo Magalhães (PV), Carlos Veras (PT) e Renildo Calheiros (PCdoB).
A proposta segue agora para o Senado Federal e, se confirmada, será promulgada diretamente, sem necessidade de sanção presidencial. Até o momento, os cinco deputados socialistas de Pernambuco ainda não apresentaram explicações detalhadas sobre as razões de seus votos.
O episódio deixa claro que a PEC da Vergonha, além de uma polêmica jurídica, já se transformou em um fator político de desgaste que pode impactar a imagem e o futuro eleitoral do PSB no estado.
17. Lucas Ramos (PSB)

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